quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Soneto que nada diz

Yvanna Oliviera


Eu busco, amor, no meu íntimo o que te expresse

O sentimento veemente que me despertas

Mas é em vão, não há versos ou rimas certas

Toda poesia é pequena ao que me parece.


Toda palavra é confusa, logo emudece

Assim que vê o que deve ser traduzido

Então eu calo e te faço só um pedido

Aceite os versos, simplórios. Já anoitece.


E o verso puro que eu quis a mim recusou

Minha agonia já mostra meu insucesso

Eu sinto tanto e não digo. Está bem, confesso:


Sinto-me fraca, pseudopoeta sou

Peço-te entenda a coragem desta aprendiz

Que te oferece um soneto que nada diz.

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